Danuza Leão morreu!…

Danuza Leão morreu!… Isso soa estranho e quase impossível, porque Danuza não era de morrer. Era de viver. E viver intensamente, antes mesmo de conhecer e se casar com Samuel Wainer com quem teve três filhos (inclusive a pintora Pinky), e compartilhou uma azoinante aventura posando com Mao Tse-tung e mantendo amizade com Juscelino Kubitschek, Jango, Jorge Amado, Di Cavalcanti, Roberto Rosselini, Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoir, além de dezenas de personalidades outras e diversas da cultura e das artes mundiais.

📖Aos 88 anos e perdida em difícil e adoecida respiração, depois de vitoriosa como atraente cronista e escritora – quem ao menos não folheou Na Sala Com Danuza? – depois de se deixar apaixonar também por Rubem Braga, Antônio Maria e toda uma redação do jornal Última Hora que a via chegar como uma aparição, atravessando máquinas de escrever e mesas, entrar no aquário de Samuel e deixar-se ver através do vidro, pernas pra cima, expondo roseos segredo de adorada modelo.

📖Chamada de Girafinha por seu peculiar pescoço torneado, desfilou como profissional por insuspeitadas passarelas de Jaques Fath de quem foi a preferida em Paris impondo os mais lindos e requintados vestidos da época.

📖Hoje, porém, ela será cremada no Caju. E isso seria um sacrilégio. Uma violação mesmo como triste ritual panteista de reverência e dor.

Por Pinheiro Jr.

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