Luiz Antonio Mello, um jornalista revolucionário
Nós perdemos, a classe perdeu, assim como Niterói, o Estado, o País: Luiz Antonio Mello, jornalista revolucionário, transgressor, rigorosamente profissional, de estilo cirúrgico, ferino e, ao mesmo tempo, delicado ao escrever. Morreu aos 70 anos, durante um exame de ressonância magnética — teve uma parada cardíaca. Atualmente, era editor de A Tribuna.
Jornalista, produtor, escritor, por onde passou deixou a marca de seu talento, desde que começou no Jornal de Icaraí, depois na Rádio Federal, e cada vez mais mostrou seu profissionalismo na Rádio Tupi, Jornal do Brasil, O Estado de S. Paulo, O Pasquim, Opinião e na TV Manchete, como diretor do Domingo Especial, além de participar da criação da BandNews Rio e da implantação da Globo FM.
O selo de seu talento, criatividade e ousadia fica historicamente marcado com a criação da Rádio Maldita, ao lado de Samuel Wainer, o Samuca, Sérgio Vasconcelos e Amaury Santos.
Tudo começou com uma ida à sala do superintendente do Grupo Fluminense de Comunicação, Ephrem Amora, que a princípio não acreditou na “loucura dos jovens”.
Logo, Samuca se afastou, e Luiz Antonio colocou em prática a rádio, que revolucionou o setor e incomodou os poderosos grupos. Fui testemunha dessa história por trabalhar diretamente com Ephrem. Foram muitas tensões. Uma das principais novidades foi colocar mulheres como locutoras da rádio.
Reconhecido como um mestre e maior conhecedor do rock, Luiz Antonio revelou os maiores grupos e artistas desse segmento musical.
Além de pesquisador e produtor, era um grande escritor que deixou obras importantes na área da comunicação, como: Nicteroy, Esta Doida Balzaca, Onda Maldita, Torpedos de Itaipu, Manual de Sobrevivência na Selva do Jornalismo.
Luiz Antonio virou protagonista do filme Aumenta que é Rock’n Roll, que conta a história da Maldita, sucesso em todo o país.
Ano passado, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro convidou Luiz Antonio para participar do Fórum de Memória do Jornalismo Fluminense. Ele, por mais de duas horas, falou de sua vida no jornalismo, de todo o processo, das tensões, dificuldades e de como nasceu a Maldita.
Além do legado, do exemplo de profissionalismo, inteligência e espírito crítico, Luiz Antonio foi gestor como presidente da Funiarte, hoje FAN, e da Enitur, hoje Neltur. Foi na sua gestão que foi inaugurado o MAC.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, do qual Luiz Antonio era sócio, lamenta profundamente sua morte e apresenta nossos sentimentos à sua família.
Que seu exemplo, sua criação, seu profissionalismo na área da comunicação sejam um livro aberto para as novas gerações de jornalistas e que façam parte da história do Centro de Memória da cidade.
Mário Sousa, jornalista, escritor e presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro.
Parabéns SJPRJ, Pubicando a Noticia da Grande Perda Para O Jornalismo No Brasil do Jornalista Luiz Antonio Mello, Sócio Filiado Ao SJPRJ, Estava de Editor No Jornal A Tribuna / Rio. 2025.