Nota oficial sobre o processo eleitoral da ABI
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro repudia a decisão jurídica no processo eleitoral da Associação Brasileira (ABI), impondo a abominável figura de interventor.
A ABI, entidade centenária, sempre pautou sua luta em defesa dos profissionais de Comunicação e do Jornalismo, respeitando os princípios democráticos.
É extremamente lamentável e condenável que determinado grupo, atualmente liderado pelo presidente da ABI, queira se perpetuar no poder quebrando a ética e usando de artifícios jurídicos.
O Sindicato dos Jornalistas do RJ espera que a Justiça reconsidere esta decisão intervencionista, que mancha a história da ABI, respalde a eleição realizada e a maioria que votou na chapa vencedora.
Qualquer outra decisão é um golpe contra a democracia e a legitimidade do voto.
Mário Sousa
Presidente
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JUSTIÇA TRANSFORMA MEIRELLES EM INTERVENTOR DA ABI
Subtraindo instâncias, desembargador prorroga mandatos
Consciente de que não possui o apoio da categoria e dos sócios da Associação Brasileira de Imprensa, o ex-presidente Domingos Meirelles, cujo mandato venceu dia 13 de maio, conseguiu o respaldo do Judiciário do Rio de Janeiro para, como interventor, usurpar o poder que não obteve pelos votos.
Contou para isso com a decisão do desembargador Marcelo Lima Buhatem, da 22ª Câmara Cível do TJ-RJ, o mesmo que no dia 16 de maio impediu que os votos de 256 associados da ABI que foram às urnas no Rio e, pela internet, de outras cidades do Brasil e do exterior, fossem apurados.
A partir dessa decisão do desembargador – que suprimiu instâncias na Justiça na medida em que não aguardou decisões do juízo de primeiro grau –, a ABI não conhece ainda os 51 novos diretores e conselheiros, escolhidos pela vontade dos sócios.
A entidade vinha sendo gerida pelo presidente da Assembleia Geral Ordinária instaurada oficialmente no dia 25 de abril e que teve prosseguimento em 13 de maio. Foi esta assembleia – estatutariamente órgão soberano da entidade – que decidiu que Fichel Davit Chargel assumisse a gestão da ABI até a promulgação do resultado da eleição e posse dos eleitos na votação de 16 de maio.
Ao impedir a contagem dos votos sem motivos plausíveis, em um agravo oficialmente impetrado em nome de quem não estava na ação – o que, posteriormente, teria sido classificado de erro material – o desembargador criou uma situação inusitada.
Na sexta-feira (24/05), alegando que a tradicional entidade que sempre se pautou pelo processo democrático corria risco por, teoricamente, estar “acéfala”, Buhatem determinou a prorrogação dos mandatos da Diretoria Executiva, de membros do Conselho Deliberativo e do Conselho Fiscal que, estatutariamente, venceram no último dia 13.
Ou seja, criou a figura do interventor e, com isso, permitiu a Meirelles usurpar do poder mesmo depois de, ao perceber que não teria os votos dos eleitores, boicotar a eleição realizada em 16 de maio. Em email enviado a associados na noite da véspera, Meirelles conclamou eleitores da chapa 1, de situação, a não comparecerem às urnas.
Com a ajuda do Poder Judiciário, Meirelles torna-se agora o primeiro interventor/usurpador de uma associação que em seus 111 anos de existência defende o Estado Democrático de Direito. Graças às artimanhas do ex-presidente, o atual processo eleitoral da ABI está sendo marcado por golpes baixos, deslealdades, mentiras, mandonismos e bizarrices jurídicas.
Ao longo dos últimos dois meses, sete ações tiveram curso no TJ-RJ, tanto na primeira quanto na segunda instâncias. Tudo com o objetivo de impedir que as eleições transcorressem de acordo com o que determinam o Estatuto e o Regimento Eleitoral da instituição.
Um verdadeiro vale tudo vem sendo praticado nos tribunais. Desde mover ação em nome de uma pessoa que morreu no ano passado até fazerem um desembargador de 2ª instância tomar decisões em um processo que ainda aguarda decisões de primeiro grau.
Bizarramente, o desembargador que introduziu na história da centenária instituição a figura de um interventor/usurpador, sugere na sua decisão de sexta-feira (24/05) que o autor de todos estes golpes busque o entendimento com as chapas adversárias – que participaram legalmente do pleito – para “encontrarem a solução amigável para as questões trazidas ao judiciário, como remarcação do novo pleito”.
Omite-se, por completo, sobre os 256 associados que nos últimos meses, atendendo à convocação do Conselho Deliberativo, e respeitando todas as normas estatutárias e do Regimento Eleitoral da entidade, colocaram suas mensalidades em dia e participaram da eleição do dia 16 de maio, certos de que a vontade da maioria seria devidamente respeitada, tal como ocorre em um processo democrático.
Registre-se que foi o pleito com a maior participação de eleitores nas últimas décadas e que agora corre o risco de ser anulado.
No seu despacho de não mais do que 13 linhas – no qual, frise-se, criou a figura do interventor jamais vista dentro da centenária Associação Brasileira de Imprensa -, o desembargador nada fala sobre os votos que foram devidamente acautelados a partir da sua decisão de 16 de maio que determinou a suspensão da apuração dos mesmos.
Consciente de que a decisão do desembargador, além de extemporânea, não tem fundamentação legal, a Chapa 2 – ABI: Luta Pela Democracia está tomando as medidas legais para que a mesma seja revista, inclusive com pedidos de explicação ao próprio magistrado, por meio dos chamados embargos de declaração.
Da mesma forma, respaldada em tudo o que aconteceu durante este processo eleitoral, quando Meirelles, ao se deparar com a falta de confiança dos sócios e da categoria, tentou por meio de chicanas judiciais adiar as eleições – no que foi, aparentemente, bem sucedido na sexta-feira – a Chapa 2 – ABI: Luta Pela Democracia peticionará ao próprio Buhatem para que ele, então, promova a tentativa de acordo entre as três chapas, atendendo à vontade da maioria dos sócios da ABI no sentido de o processo eleitoral ter uma finalização célere.
A Chapa 2 – ABI: Luta Pela Democracia, que defende a Liberdade de Imprensa e o Estado Democrático de Direito, reafirma a seus eleitores que, mesmo sendo surpreendida por tais chicanas judiciais e por este inesperado despacho do desembargador, continua confiante de que vencerá este pleito.
Por termos certeza de que representamos a vontade da maioria dos sócios da ABI – tal como a contagem de votos mostrará – e por encontrarmos respaldo junto à maioria da categoria em todo o país, não desistiremos desta batalha. Estamos certos de que a ABI precisa e terá novos rumos.
Os oportunistas, que agora se transformaram em interventores/usurpadores, já perderam nos votos. Resta-nos derrotá-los, para sempre, na Justiça.
A VONTADE DA MAIORIA IRÁ PREVALECER!!!